segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

TENDA DO SUOR


Temazcal ou Tenda do Suor:









O que é a tenda do suor?

A “Tenda do Suor” (também chamada de “Temazcal”, “Inipi” ou "Sweet Logde"), é um banho de vapor, porém, com uma profunda conotação espiritual. Os vestígios mais antigos dessa prática se encontram nas zonas arqueológicas dos Maias, no México e na Guatemala, mas acredita-se que a tradição é muito mais remota.

Trata-se de uma tradição milenar usada por várias etnias ameríndias com o objetivo de curar, limpar e purificar corpo e a mente.









Seu uso através da história tem sido tanto terapêutico como ritual em cerimônias, e a sua prática sobrevive graças à tradição oral das comunidades indígenas e, atualmente, devido ao crescente interesse da sociedade contemporânea em buscar uma melhora na qualidade de vida.

Nessa prática, intervêm os quatro elementos: a Terra, que nos apoiamos, o Fogo, onde as pedras são aquecidas, a Água, colocada sobre estas e o vapor, representando o Ar. São utilizadas, também, ervas aromáticas e plantas medicinais.






 

Como funciona o ritual?

O ritual do Temazcal acontece após o aquecimento de várias pedras em uma grande fogueira, sendo elas então levadas a uma cabana em forma de um hemisfério. É dito na tradição que o formato da tenda representa o "útero da Mãe-Terra", motivo de muita reverência, respeito e gratidão.

No interior dessa tenda, os participantes entoam cantos e tocam tambor, enquanto o condutor da cerimônia (corredor de temazcal) despeja água sobre as pedras incandescentes.

O vapor d’agua mesclado com o perfume das ervas medicinais contribuem para a saúde do corpo, de uma forma natural, desobstruindo os poros da pele, dilatando os vasos sanguíneos, proporcionando assim, a eliminação de toxinas e melhoras ao aparelho respiratório e imunológico.

A cerimônia realiza-se em quatro “portas” - assim chamado o momento em que a tenda é reaberta. Essas etapas variam de intensidade e propósito. Em cada “porta”, através dos cantos tradicionais e das batidas do tambor, ensinamentos ancestrais são repassados.






Quem pode/deve fazer a tenda?

A princípio qualquer pessoa. É indicado para as pessoas que se sentem intoxicadas, física ou mentalmente; para pessoas com problemas respiratórios e indivíduos com dificuldade de relaxamento muscular. Ajuda a vencer os processos de claustrofobia e outros medos.
Pode-se fazer a "Tenda do Suor" na busca de uma reconexão com seu poder pessoal, para se preparar (motivação) para a realização de algum intento, ou mesmo celebrando ou em agradecimento por uma realização. Muitas pessoas também adentram à tenda com o propósito de obter "resposta" ou alento em algum conflito interno.


Precisa ter alguma religião para fazer a tenda? Não. O Temazcal é um ritual aberto a pessoas de diferentes crenças e religiões. Não é necessário qualquer iniciação ou pré-requisito para participar.

Pode-se, inclusive, adentrar na tenda para obter apenas os benefícios físicos, como acontece em alguns resorts e SPA’s. Essa prática advém de tradições ancestrais que entendiam o “ser humano” como parte integrante (indissociável) da Natureza.


Quais são os benefícios?

Como já mencionado, o Temazcal pode ser observado sob dois aspectos: o da saúde do corpo e o espiritualista. Para a saúde do corpo, o contato com ao efeito do calor e respiração desse vapor aromático faz a pele suar, relaxando o corpo e desintoxicando-o. Assim, promove limpeza dos sinos nasais e paranasais aliviando casos de sinusite, catarros, asma, bronquites e enfisemas. Purifica a pele, desintoxica o corpo, estimula a circulação e o sistema imunológico. Em razão de seu efeito relaxante, combate a insônia, revigorando e dinamizando os processos mentais. Essa prática é considerada como um coadjuvante no combate ao estresse.

Contudo, é importante observar que a “Tenda do Suor” é mais do que um simples banho de vapor e ervas que nos ajuda a melhorar o funcionamento do organismo. É dito que o Temazcal é um espaço onde forças elementares da natureza interagem. Dessa forma, ao adentrar na tenda, entramos em contacto com os quatro elementos fundamentais que mantêm a vida em nosso planeta: água, terra, fogo e o ar. Isto possibilita a interação com “forças elementares” que não são percebidas através de nossos sentidos “externos”. Ao contrário, focando nossa atenção nos “sentidos internos” damos chance a uma interiorização, ou seja, um contato com nossa verdadeira Essência.


Existe alguma contra indicação?

A princípio desaconselhamos a participação de cardíacos com episódios recentes, pessoas que passaram por cirurgia recente ou procedimento que, a pouco tempo, agrediu a pele (queimaduras, tatuagens, piercing etc).

Nessa tradição, guarda-se um respeito a mulher durante seu período menstrual. É dito pelo anciões que nesses especiais momentos, o “poder pessoal” da mulher está voltada à direção da Terra (o Temazcal tem o sentido voltado à direção do Céu). A menstruação é, segundo esses ensinamentos, uma “cerimônia individual” de doação de seu próprio sangue pela continuidade dos ciclos da vida. Nessa condição, em respeito à “cerimônia natural” do ser feminino, pede-se que as mulheres durante seu período menstrual não partilhem da tenda.










Chanupa ou Cerimônia da Pipa Sagrada:


Existe uma lenda que diz que dois homens caminhavam juntos quando, repentinamente, uma linda mulher vestida de branco lhes apareceu. Um deles a olhou com desejo, e por isso, no mesmo instante, caiu morto. O Outro, a olhou com admiração, como quem olha algo divino. Ela se apresentou como a “Mulher Búfalo Branco” e pediu que ele levasse uma mensagem para a sua tribo. Pediu que todos se reunissem dentro do Temazcal (tenda do suor) onde ela apareceria para lhes passar mais instruções sagradas.
E assim foi feito: quando ela finalmente surgiu na “tenda do suor”, apresentou-lhes a “Pipa Sagrada”, a medicina do tabaco e a maneira em que ela deveria ser utilizada. Revelou assim, que seu propósito seria de unir as pessoas em oração para rogar por tempos melhores diante das dificuldades e agradecer pelas bênçãos. Seria uma maneira poderosa de falar ao pé do ouvido do “Grande Espírito”.

A “Chanupa” – também conhecida como "Pipa Sagrada" ou “petyguá”- é um instrumento que representa o centro da tradição do Caminho Vermelho. Acredita-se que dele se obtém a conexão com o divino, com o poder de elevar as preces, propósitos, intenções e agradecimentos ao “Grande Espírito”. Por isso o seu compartilhar é tido como um momento de muita honra e é muito reverenciado.

Sua estrutura é dividida em duas partes: a parte aonde vai o tabaco, que geralmente é feita de pedra, representando o Feminino, e o corpo, por onde passa a fumaça, que é feito de madeira, representando o masculino. Essa conexão representa o equilíbrio e a harmonia entre estas duas polaridades.

Ao acendê-la, antes mesmo de falar, toma-se uma benção com a fumaça, levando-a para cima da cabeça e logo ao coração. A fumaça não pode ser tragada, pois ela deve subir pura, para que os Espíritos do Grande Mistério entendam com clareza o rezo(pedido ou agradecimento).

É muito importante lembrar que o tabaco utilizado neste ritual não é o industrializado (misturado com materiais químicos, nocivos à saúde) e sim o tabaco “cerimonial”. Segundo Sun Bear (1929-1992) “medicine chief”, escritor e visionário índio Chippewa (Michigan, EUA) o tabaco cerimonial “(...) quando reverenciado no Cachimbo Sagrado, carrega as preces (wishes) para os Espíritos. Fumar tabaco é fazer um chamamento ao plano espiritual para ajudar. Quando alguém fuma por diversão, está continuamente fazendo chamadas aos Espíritos para si com um falso alarme”.

Por mais paradoxal que nos possa parecer, o tabaco sempre foi considerado pelos índios como “Planta de Poder”, tida como uma erva de cura que, todavia, caiu em mau uso pelos brancos com sua utilização totalmente desvirtuada e abruptamente desregrada. Consideram que, como toda forma de “medicina”, pode fazer muito mal para quem não lhe dá o devido uso. Enfim, cabe a cada um tomar as suas conclusões.

A Cerimônia da Chanupa é gratuita, aberta a todos, independente de credo







Círculo de Mulheres:


O que é Círculo de Mulheres
É um encontro, uma íntima cerimônia, para as mulheres reunirem-se e discutirem entre si as suas questões, onde se trabalha a relação da mulher com a própria mulher, onde são abordadas questões ligadas ao relacionamento, o desenvolver do poder feminino, o contato com as ervas, com as diferentes formas de elementos naturais da terra: pedras, água, fogo, os cantos, as danças e os ritos.
Resgata-se o contato com a lua, com os sonhos, a sexualidade, com a menstruação e as emoções, no sentido de estar liberando destes contatos diários sentimentos como a inveja, a fofoca, maledicências e outros.
Só quando a mulher está inteira, completa e vive seus valores femininos plenamente é que ela pode estabelecer um relacionamento sadio, numa postura de troca, com o mundo em seus universos masculino e feminino e infantil.
Assim em um Círculo de Mulheres, cada mulher é ela mesma e também um aspecto de todas as outras mulheres presentes, ele é um lugar seguro para falar a verdade sobre sentimentos, percepções e experiências.





 



Que tipos de ensinamentos são repassados
Cada reunião é um rito, onde através de instrumentos sagrados como o tabaco (forma original, puro, sem mistura), o tambor e os rezos, são realizadas cerimônias vivenciais. Primeiramente na busca da mulher consigo mesma, depois no contato da mulher com a mãe, com avós e toda a ancestralidade, primeiro o lado feminino e depois o masculino.
Estas têm como objetivo a limpeza da memória nos mais diferentes níveis: mental, espiritual-emocional e físico. À medida que seguem estas vivencias vamos encontrando o contato com as anciãs antigas e todos os seus ensinamentos, através da visualização criativa e do despertar da intuição.
Nesta tradição procura-se seguir os ensinamentos repassados pelos povos nativos, os quais foram procurados seguir na sua forma original, geração após geração.


Os Nativos consideram o período menstrual o de maior poder da mulher.
Por quê?

Segundo estes ensinamentos a menstruação feminina é considerado o período de maior poder porque é um tempo para o recolhimento, de procurar contatos com os sonhos. É um período onde a mulher se torna essencialmente intuitiva e sensitiva, daí a necessidade do recolhimento e o que era chamado antigamente de tenda da lua, onde a mulher se recolhia em uma tenda e os homens e as demais mulheres a serviam. Passado este período reunia-se a tribo para ouvir os ensinamentos recebidos.
Com a modernidade este período de recolhimento tornou-se praticamente impossível e desta maneira trava-se dentro da própria mulher uma grande luta: seu corpo exigindo recolhimento, e as atividades diárias não o permitindo.
A falta de respeito desta necessidade foi gerando na mulher situações de desconforto, irritabilidade, dores de cabeça, negação da própria menstruação, sintomas comumente chamados de TPM. E assim foi e continua sendo negado o próprio poder feminino.



Como a mulher percebe que não está sintonizada com ela mesma
Quando não mais encontra o prazer da vida. A medida que ela vai negando a sua natureza, vão surgindo as insatisfações e emoções ligadas a esta insatisfação como: falta de alegria, desprazer, angústia, depressões e dores.






 

Como resgatar este poder da mulher.
Sabemos da impossibilidade de recolhimento da mulher neste período, por isso o círculo de mulheres tem como propósito o resgate e adequação deste poder para a realidade atual, ou seja, aprender a se recolher nas condições que lhe são impostas.
Na medida em que a mulher começa a encontrar esta sabedoria e intuição dentro dela, começa a irradiar esta felicidade ao redor: tanto na família, quanto no trabalho e nas suas diferentes relações.











 

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