sábado, 20 de setembro de 2014

HEYOKAH O RISO


HEYOKAH: O RISO COMO MEDICINA

Em todos os caminhos, a maior medicina é o riso. Desopila, tira o stress e faz a gente se dar conta de não levar-se tão a sério. Levar-se a sério em demasia nos torna cegos para situações que poderiam ser encaradas de forma bem mais simples e fluida.

Conforme os Sioux, chamam de Heyokah, ou os Hopi e Pueblos, o chamam de Koshari, é um xamã que lida com a energia primordial criadora e é chamado de "Espírito do Trovão".

Nas tribos, o Heyokah era uma pessoa que se fantasiava em festas para brincar com a comunidade e com sua astúcia e graça impulsionavam o processo de cura.


Heyokah é um palhaço, diferente dos outros, possui grande sabedoria e leva seus ensinamentos através do riso e dos contrários.
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Este trickster sagrado faz com que você pense por você mesmo e chegue as suas próprias conclusões, levando-o a questionar se aquilo que os outros dizem ou fazem é verdadeiramente correto.
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No momento em que as pessoas são levadas a pensar por conta própria, começam a colocar à prova as suas próprias crenças; aquelas crenças vascilantes, que pertencem ao passado e se apóiam em muletas, passam a ser testadas. Se as muletas não derem o apoio necessário e as pessoas caírem, terão aprendido mais uma lição de vida.
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Porém, se elas pararem para pensar, testarem algum ensinamento através da própria experiência e sentirem que este ensinamento é verdadeiro, a crença vascilante transforma-se num sistema de conhecimento que poderá acompanhá-la pelo resto da vida.




"Ó Heyokah!
Faça-me rir para que eu volte a ser humano.
Permita-me ver o meu caminho torto.

Ó Heyokah!
Como é que você pode ser assim - do contra,
e me fazer aprender tanta coisa?"

A ORIGEM DAS DOENÇAS E DOS REMÉDIOS



Antigamente, os animais eram dotados de fala e viviam em alegre harmonia com os homens, mas a humanidade começou a reproduzir-se tão depressa que os animais foram forçados a morar nas florestas em lugares desertos, e a velha amizade entre animais e homens foi esquecida.

Quando os homens inventaram armas e passaram a caçar animais para alimento e obtenção de suas peles, a distância aumentou ainda mais. Os animais começaram a pensar em modos de retaliação.

Cada espécie animal se reuniu e resolveu declarar guerra aos homens também: a tribo dos Ursos, com o chefe Velho Urso Branco, os Veados com o chefe Pequeno Veado, os Répteis, os Peixes e por fim os Pássaros, os Insetos e outros pequenos animais.

Cada tribo decidiu causar um tipo de doença nos homens: os Veados causariam reumatismo, Répteis e Peixes assombrariam os homens durante seus sonhos, enlouquecendo-os etc, etc.

As plantas, que eram amigas dos homens, ouvindo os planos dos animais, decidiram ajudar os homens: cada árvore, arbusto, relva ou mesmo erva decidiu criar um remédio para algumas das doenças referidas.

Quando o médico tinha dúvidas no que dizia respeito ao tratamento de um paciente, o espírito da planta sugeria um remédio adequado, foi assim que nasceu a medicina.

O MITO VIRACOCHA


O MITO WIRACOCHA

APU KON TICSE WIRACOCHA PACHAYACHACHI Deus andrógeno criado por si mesmo, hermafrodita, imortal, introduzido durante a expansão Wari-Tiwanaco, é o deus principal, criador do Universo e tudo que nele existe: a terra, o sol, os homens, as plantas. Adotava distintas formas, e se acreditava que ele estava em toda parte.

Conta a mitologia que Wiracocha organizou o universo em três mundos relacionados entre sí, em dualidade e harmonia.

No HANAN PACHA, o mundo de acima, habitam os seres celestes, constelações, astros, raios, estrelas, arco-íris, nuvens. No KAY PACHA, o mundo daqui, convivem os seres terrestres, as montanhas, os lagos, os homens, os animais, as plantas.

No UCHU PACHA, o mundo subterrâneo, vivem os mallquis que são as sementes, os ancestrais enterrados para que na terra nasçam os homens novos.

Estes mundos estão relacionados através da Yacumama e Sachamama que os atravessam. YACUMAMA é o poder das águas e da fecundidade.

No mundo de acima é o raio, no mundo terreno é o rio, e no subterrâneo é a serpente.SACHAMAMA é o poder da fertilidade, que no mundo de acima é o arco-íris, aqui no terrestre é a árvore, e no subterrâneo é a serpente de duas cabeças, uma em cada extremidade.

Entre esse mundo interior, ou subterrâneo, existe uma comunicação física através dos orifícios da terra, covas, crateras, lagoas, denominadas genericamente de PACARINAS, relacionadas à origem dos seres viventes.

Entre o mundo terreno e o celeste, a comunicação se torna ideal. O homem se converte no mediador e intérprete dos mundos.Wiracocha é o arquétipo da ordem do universo no homem.

PACHAMAMA

Pachamama é uma deusa, a Mãe Terra. A palavra "Pacha" originalmente significa universo, mundo, lugar, tempo, enquanto que "mama" significa mãe. É a geradora de abundância e de tudo que na terra existe. É a vida, as estações, a fecundidade, é o ciclo da vida, da morte, do renascimento.

O primeiro de agosto é o seu dia, quando, nesta ocasião, os andinos fazem suas oferendas. Normalmente, as oferendas são compostas de comida cozida, e enterradas próximo à casa.

Também se oferenda folhas de coca, tabaco, cerveja ou chicha, vinho, doces para alimentar e agradecer à Mãe Terra. Diz a lenda que Pachamama aparece aos homens como uma velha e pequena senhora.

Os estrangeiros que a vêem, segundo a lenda, jamais deixarão de retornar aos Andes. Conectar-se com a grande mãe, é conectar-se com a abundância e alegria da vida.

A ORIGEM DO MUNDO

No princípio o mundo não existia. As trevas cobriam tudo. Enquanto não havia nada, apareceu a mulher por si mesma. Isso aconteceu no meio das trevas. Ela apareceu sustentando-se sobre o seu banco de quartzo branco.

Enquanto aparecia, ela cobriu-se com enfeites e fez como um quarto. Esse quarto chama-se "Uhtaboho taribu", o quarto de quartzo branco. Ela se chamava Yebá Burô, a Avó do Mundo, ou Avó da Terra.Havia coisas misteriosas para ela criar por si mesma.

Havia seis coisas misteriosas: um banco de quartzo branco, uma forquilha para segurar o cigarro, uma cuia de ipadu, o suporte dessa cuia de ipadu, uma cuia de farinha de tapioca e o suporte dessa cuia. Sobre essas coisas misteriosas é que ela se transformou por si mesma. Por isso ela se chama "a Não Criada". Foi ela que pensou o futuro mundo, sobre os futuros seres. Depois de ter aparecido, ela começou a pensar como deveria ser o mundo. No seu quarto de quartzo branco, ela comeu ipadu, fumou o cigarro e se pôs a pensar como deveria ser o mundo.

Enquanto ela pensava no quarto de quartzo branco, começou a se levantar algo, como se fosse um balão, e em cima dele apareceu uma espécie de torre. Isso aconteceu com o seu pensamento. O balão, enquanto se levantava, envolveu a escuridão, de maneira que esta ficou dentro daquele. O balão era o mundo. Não havia ainda luz, só no quarto dela, no quarto de quartzo branco, havia luz.

Tendo feito isso, ela chamou o balão Umukowií, "Maloca do Universo".Ela o chamou como se fosse uma grande maloca. Este é o nome mais mencionado nas cerimônias até hoje. Depois, ela pensou em colocar pessoas nessa grande maloca do universo. Voltou a mascar ipadu e a fumar cigarro. Todas essas coisas eram especiais, não eram feitas como as de hoje.

Ela então tirou ipadu da boca e fez transformar em homens, os Avôs do Mundo.
Eles eram trovões, eram chamados em conjunto "Uhtabohowerimahsã", quer dizer, "homens de quartzo branco" porque eles são eternos, eles não são como nós. Isso ela fez no quarto de quartzo branco, onde ela apareceu.

Em seguida, ela saudou os homens por ela criados, chamando-os "Umukosurã", isto é, "irmãos do mundo..." Saudou-os como se fossem seus irmãos. Eles responderam chamando-a: Umukosurãnehko, isto é, "tataravó do mundo", e quer dizer que ela era avó de todo ser que existe no mundo.

Feito isso, ela deu a cada um deles um quarto nessa grande maloca que é a Maloca do Mundo.

Os trovões eram cinco:

Nós os chamamos "Avôs do Mundo".

O primeiro, como primogênito, recebeu o quarto do chefe.

O segundo, o quarto da direita, acima do primeiro.

O terceiro, o quarto no alto do jirau do jabuti, no lugar onde se costumava guardar o casco de jabuti tocado nos dias especiais de dança. Assim também era na Maloca do Universo.

O quarto trovão recebeu o quarto da esquerda, acima do primeiro e em frente ao segundo quarto.

Por fim, o quinto, o quarto bem na entrada, perto da porta, onde dormem os hóspedes. Como disse antes, o mundo terminava em forma de torre.

Na ponta da torre, ficava um sexto quarto, onde havia um morcego enorme, parecido com um grande gavião. O lugar onde ele estava chama-se Umusidoro (funil do alto) quer dizer "o Fim" (os confins) do Mundo.

Cada um recebeu assim o seu quarto nessa grande Maloca do Universo. Esses mesmos quartos tornaram-se malocas, que se chamam Umukowi'iri, "Malocas do Universo". Cada trovão ficou morando em sua própria maloca.

Ainda não havia luz no mundo. Só nessas malocas havia luz, do mesmo modo que na maloca de Yebá Burô. No resto do mundo tudo ainda era escuridão.

(A Terra dos Mil Povos, Kaká Werá Jecupé.)

A LENDA DA TEIA DA ARANHA

Conta uma velha lenda dos nativos norte-americanos, que um velho índio ao fazer uma Busca da Visão no topo de uma montanha, lhe apareceu IKTOMI, a aranha, e comunicou-se em linguagem sagrada.

A Aranha pegou um aro de cipó e começou a tecer uma teia com cabelo de cavalo e as oferendas recebidas.

tecia, o espírito da Aranha falou sobre os ciclos da vida, do nascimento á morte e das boas e más forças que atuam sobre nós em cada uma dessas fases.
Ela dizia : ‘ Se você trabalhar com forças boas, será guiado na direção certa e entrará em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará dor e infortúnios’.

No final a Aranha devolveu ao velho índio o aro de cipó com uma teia no centro dizendo-lhe: "No centro está a teia que representa o ciclo da vida. Use-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas idéias, sonhos e visões. Eles vem de um lugar chamado Espírito do Mundo que se ocupa do ar da noite com sonhos bons e ruins."

FILTRO DOS SONHOS

Os Filtros dos Sonhos são artefatos xamânicos criados a partir de aros orgânicos trançados por teias de linha. Originalmente, eram feitos com galhos de salgueiro, bem como decorados com artefatos simbólicos, como penas, sementes e pedras preciosas.

Originou-se na tribo dos Ojibwa e durante o movimento indígena dos anos 60 e 70 foram adotados por nativos americanos de diversas nações.

Passaram a ser vistos como um símbolo da unidade entre as várias nações indígenas, e como um símbolo geral da identificação com as primeiras culturas das nações.

Existem várias lendas de origem, de acordo com cada tribo e também diferentes formas de tecer um Filtro dos Sonhos. É uma mandala. Segundo Jung, a mandala se encontra na própria alma humana, aparecendo nos sonhos e em diversas imagens criadas pelo nosso inconsciente.
O Circulo Representa, o Círculo da Vida. As rodas, ou círculos, representam a totalidade. O círculo é o símbolo do Sol, do Céu e da Eternidade. No simbolismo ancestral o círculo é o símbolo do espaço infinito, sem começo e sem fim.

Qualquer que seja a representação simbólica em qualquer era e em qualquer cultura, um Círculo de Poder, serve como um espelho, onde podemos ver o reflexo do Universo e o Grande Tudo, que contém a totalidade, trabalhando para o entendimento dos mistérios da vida, do cosmos, e das leis naturais.

RODA DO ARCO-IRIS




A RODA DO ARCO-ÍRIS

A Roda do Arco-Íris, doadora de vida, com suas chuvas purificadoras. Unindo todas as cores, os Filhos da Terra Voltarão a andar em Paz. Roda do Arco-Íris, anuncias, que teus Guerreiros já estão me pé, as irmãs e irmãos em Harmonia, a tua Luz em seus olhos.

Roda do Arco-Íris toca os nossos corações, E nós por certo voaremos. Não sós ou separados, Nossas cores rodopiando no Céu".Entre os Navajos e os Hopis a Deusa da Roda do Arco-Íris, ou o Círculo do Arco-Íris, é a portadora das chuvas amigas que alimentam as Três Irmãs - Milho, Abóbora e Feijão - durante o verão, para que o Povo também possa ser alimentado.

Vemos muitas vezes uma imagem da Roda do Arco-Íris servir como tema para pintura na areia, uma antiga Arte de Cura Sagrada empregada pelos Clãs de Cura destas Nações.

A Deusa da Roda do Arco-Íris chega de todas as Quatro Direções e gira como uma suástica, de modo a cobrir todas as direções. O lado de fora do Círculo Sagrado é protegido por outra Deusa da Roda do Arco-Íris, que se inclina no Espaço, criando com seu próprio corpo um cálice que recolhe a chuva e protege todo círculo. Sem as bênçãos da Chuva, as Três Irmãs morreriam e o Povo não poderia mas continuar a ser alimentado.

A Roda do Arco-Íris representa a promessa de Paz entre todas as Nações e entre todo o Povo. A Raça do Arco-Íris vem reforçar a igualdade entre as nações e se opõe a idéia de uma raça superior que controlaria ou conquistaria outras raças. A Raça do Arco-Íris vem para trazer a Paz, através da consciência de que todas as raças constituem na verdade uma raça só.

O Arco-Íris encarna a idéia da Unidade de todas as cores e a idéia de que todos os credos devem trabalhar juntos, visando o bem comum. Quando todos os Caminhos que conduzem a Totalidade forem respeitados por todos os povos, a profecia do Arco-Íris estará sendo cumprida.

A profecia da A Roda do Arco-Íris, por exemplo, era bastante clara.Quando o Tempo do Búfalo estiver para chegar, a terceira geração de crianças de olhos brancos deixará crescer os cabelos, e começará a falar do Amor que trará a cura para todos os filhos da Terra.

Estas crianças buscarão novas maneiras de compreender a si próprias e aos outros. Usarão penas, colares de contas, e pintarão os rostos. Buscarão os Anciões da nossa Raça vermelha para beber da fonte de sua Sabedoria. Estas crianças de olhos brancos servirão como sinal de que os nossos Ancestrais estão retornado em corpos brancos por fora, mas vermelhos por dentro.

Elas aprenderão a caminhar em equilíbrio na superfície da mãe terra, e saberão levar novas idéias aos chefes brancos. Estas crianças também terão de passar por provas, como acontecia quando eram Ancestrais vermelhos. Serão usadas substâncias pouco comuns, como Água de Fogo por exemplo, para observar se ela continuarão a caminhar firmemente dentro do Caminho Sagrado.

A geração dos filhos da flor atravessou essa parte da profecia e alguns deles conseguiram permanecer dentro do Caminho Sagrado. Outros se perderam por algum tempo e agora estão retornado a caminho de forma mais harmoniosa. Alguns se desiludiram e esqueceram os altos ideais que os alimentaram quando seus corações eram jovens, enquanto outros estão despertando, apressando-se para retornar ao Caminho da Sabedoria.

Vovó olhava para mim com seus olhos espelhados, suas palavras me calavam a fundo; ela falava da Profecia do Arco-Íris e eu sentia meu coração às vezes apertado, as vezes enchendo-se de Amor e de Esperança. Ela me falava da volta do Búfalo à Ilha da Tartaruga (América), e de como os nossos rebanhos voltariam a ser numerosos.


A PROFECIA SOBRE A RODA DO ARCO-ÍRIS

Quando o Tempo do Búfalo estiver para chegar, a terceira geração das Crianças dos Olhos Brancos deixará crescer os cabelos e começará a falar do Amor que trará a Cura para todos os Filhos da Terra.

Estas Crianças buscarão novas maneiras de compreender a si próprias e aos outros. Usarão penas, colares de contas e pintarão os rostos. Buscarão os Anciãos da Nossa Raça Vermelha para beber da fonte de sua Sabedoria.

Estas Crianças de Olhos Brancos servirão como um sinal de que os nossos Ancestrais estão retornando em corpos brancos por fora, mas vermelhos por dentro. Eles aprenderão a caminhar novamente em equilíbrio na superfície da Mãe Terra, e saberão levar novas idéias aos Chefes Brancos.

Estas Crianças também terão de passar por provas, como acontecia quando ainda eram Ancestrais Vermelhos. Serão usadas substâncias pouco comuns, como por exemplo, a Água de Fogo, para observar se elas continuarão a caminhar firmemente dentro do Caminho Sagrado.

Após o retorno do Búfalo, a geração que seguisse à dos Filhos da Flor viveria o Amanhecer do Quinto Mundo da Paz.

O Quinto Mundo da Paz será como um pônei vacilante que, logo ao nascer, tentará se firmar em suas patas. Este movimento vacilante será sentido pela Mãe Terra, e ocorrerão mudanças no solo e nas águas.

Este movimento provocará um novo tipo de emoções e de sentimentos entre os Filhos da Terra, o que apressará as mudanças.Muitos Sonhos Coloridos serão trazidos para o Tempo de Dormir e para o Tempo do Sonho destes novos Guerreiros do Arco-Íris e eles aprenderão de novo a caminhar em equilíbrio.

As mudanças ocorridas na Mãe Terra trarão medo às suas Crianças, porém, mais tarde, conduzirão à Consciência da Unidade, no seio de Um-só-Mundo, Um-só-Povo.
(As Cartas do Caminho Sagrado - Jamie Sams)

LAMENTO DO LOBO




LAMENTO DO LOBO

Oração a todos os homens cujo olhar de maldade, provoca a raiva, ignorância, sofrimento, gestos impuros. Seus deuses me louvaram de terror e de maus pressagios. Tal 1 demonio de crueldade, 1 encarnacao do diabo, Eu q sou apenas nobreza, q sou todo puro! Por q me perseguem com tanta obstinacao? Aprenda a conhecer o q me anima dentro do meu instinto.Escute meu canto noturno, qdo minha voz se faz ouvir... nao é nem o medo nem a morte que minha mensagem evoca. É uma homenagem a vida, ao despertar da Consciencia. Eu sou o guia de seus atalhos na Terra e do Outro Lado. Eu sou fiel, pai de familia e nao mato por prazer. Como você, eu possuo uma Alma, um Coracao, uma Essência. Não sou portanto a realidade que vocês formaram de mim. De seu olhar amêndoa, uma gota de noite, pérola de esperanca; Ela sobe ao céu, brilhante, entre os campos de estrelas; Uma lágrima brilha eternamente para o coração dos homens...

FILTRO DOS SONHOS

O captador de sonhos serve para filtrar os bons sonhos dos pesadelos. Este deixa passar através de suas malhas, os sonhos bons e úteis e emprisona dentro delas os pesadelos e tudo aquilo que possa pertubar aquele que dorme. E quando chega o dia, nosso Avô Sol destrói todas as mas energias com a ajuda de seus raios. Segundo a Cultura Ameríndia, o sonho e' o veiculo de comunicação entre os homens e o Grande Espírito e também, a expressão das necessidades da Alma. E' essencial satisfazer as necessidade de sua Alma, assim como as de seu corpo. O sonho permite se liberar e trazer o equilíbrio.

PARÁBOLA SOBRE O CONHECIMENTO

Conta uma parábola de nativos americanos, que o Criador reuniu todos os animais e disse: ''Quero esconder algo dos Humanos, até que eles estejam prontos para isso - o conhecimento de que eles podem criar sua própria realidade.''

''Dê-o para mim. Eu o esconderei na Lua'', disse a águia."

''Não! Em breve eles chegarão até lá e o encontrarão!''

''O quê diria de escondê-lo no fundo do Oceano?” pergunta o salmão.

''Não! Lá eles também o encontrarão!'' -

“Eu poderei enterrá-lo nos prados longínquos'', disse o búfalo.

''Eles em breve o escavarão e o encontrarão ali.''

''Ponha-o dentro deles'', disse a sabia bisavó marmota."

''Feito!'' - disse o Criador. "'Esse será o ultimo lugar onde eles o buscarão.''
(David Icke - LEGENDA NATIVA AMERICANA)


LENDA DA ROSA CHEROKEE

De todo o ouro foi descoberto na Georgia, o governo americano anulou os acordos com os Cherokees e os conduziu para Oklahoma. Um quarto deles não sobreviveu à viagem. Quando o Caminho das Lagrimas iniciou-se em 1838,as mulheres estavam de luto e chorando tanto que incapazes de ajudar seus próprios filhos na caminhada.

Os Mais Velhos oraram para que um sinal fosse dado e que remontasse o moral das mulheres. Wakan Tanka, olhando lá de cima, decidiu homenagear as bravas Cherokees.

Então conforme o sangue dos mortos e as lagrimas das mulheres caiam ao solo. Ele os transformara em pedras no formato da Rosa Cherokee.

No dia seguinte, uma rosa aparecera onde as lagrimas das mães caíram. Elas são brancas como suas lágrimas. O miolo dourado representa o ouro retirado das terras Cherokees, e as sete pétalas representam as sete tribos Cherokees.


LENDA DAS CORES DO ARCO IRIS


Um dia todas as cores do mundo comecaram a brigar, querendo uma ser mais bonita do que a outra. Elas discutiam aos gritos, se descabelando, se dizendo ser mais importante e preferida de todas. De repente, um raio com uma luz intensa aparece no Ceu, acompanhado por relampagos. A chuva comeca a cair em cascata, sem querer parar. Assustadas, todas as cores se ajuntaram e pertinho uma das outras, procurando se proteger. A Chuva toma então a palavra: "Tolas criaturas! Que vergonha! Brigando entre si, cada uma querendo dominar a outra! Nao sabem vocês que foi o Grande Espirito quem as criou, cada qual com uma finalidade unica e diferente? Ele ama cada uma de vocês e precisa de todas. Dêm-se as mãos e venham ate mim. Ele ira uní-las e estende-las lado a lado, num magnifico ARCO-IRIS paramostrar a vocês que ama a todas, e que juntas podem viver em Paz...

A LENDA DO KOKOPELLI

Era uma noite de outono, e nós estávamos sentados ao redor de uma fogueira, no alto das montanhas na Mesa Verde, quando eu vi pela primeira vez a figura de Kokopelli se aproximando da nossa aldeia.

Ele tinha uma corcunda avantajada e vinha tocando sua flauta numa completa harmonia com o som das montanhas. Notamos imediatamente naquela figura o Deus Kokopelli, com sua flauta, corcunda e com suas características fálicas pronunciadas.

Sua flauta era confeccionada em osso, e ele a tocava pelo nariz. Segundo os anciões, as narinas possuíam poderes mágicos, pois o espírito entrava e saia do corpo por elas.

As estórias que eu escutava sobre nosso visitante, era que ele era um brioso Tolteca que chegou a Aztlán vindo do coração do México. Aztlán foi o local onde originou a poderosa Nação Asteca antes que ela construísse sua capital no meio de um lago, numa ilha conhecida hoje em dia como Cidade do México.

A fronteira norte de Aztlán ficava ao sul do Colorado e cobria todo o vale do Rio Grande no Novo México. A fronteira norte de Aztlán era povoada pelas pacificas Nações dos Pueblos. Nós os Pueblos éramos fazendeiros e habitavamos as encostas das montanhas. Dependiamos dos Seres-Trovão e do Arco-Íris Rodopiante para alimentar as Três Irmãs (Milho, Abóbora e Feijão) que garantiam a nossa sobrevivência.

A música, suave e inspiradora, ecoava pela parede do desfiladeiro. A Mesa Verde estava repleta de habitação no alto da encosta, as fogueiras brilhantes ardiam, e todo o Povo olhava, maravilhado, observando Kokopelli transformar a música encantada de sua flauta de nariz numa poção milagrosa, que alimentava os corações dos jovens e velhos.

Kokopelli não tinha corcunda, pois sua corcunda estava sentada ao seu lado e devia ser a sua sacola de objetos sagrados e de cura que ele havia trazido para negociar. Sua flauta parecia brilhar à luz da fogueira, e ele empregava os reflexos do fogo e o som de sua música para hipnotizar todo aquele público.

Haviámos tido um ano de seca e havia pouca esperança que voltasse a chover. As penas do cocar de Kokopelli eram brilhantes e vermelhas de arara, que davam a ilusão de que o corpo se banhava na Chama Eterna da paixão e da criatividade.

O Fogo da fertilidade que coroava sua cabeça também se irradiava de seu corpo enquanto se inclinava oscilante diante do fogo tribal. Ao terminar de tocar sua flauta, embrulhou-a como se fosse uma criança num pano brilhante e ofereceu à Grande Nação das Estrelas.

Suas palavras alcançaram os recantos mais distantes do povoado. - Esta flauta leva a música das Estrelas à Grande Mãe Terra, e convoca os Seres-Trovão a virem fazer amor com ela - gritou Kokopelli. - Esta união dará ao Povo uma criança que um dia conduzirá de volta às estrelas, através da Terra interior da qual todos vieram. Uma lufada do ar gelado da montanha passou pelo meu corpo, subiu o desfiladeiro e foi atiçar as brasas do fogo tribal, causando um redemoinho que explodiu, enchendo o céu noturno de fagulhas que lembravam as estrelas.

Os murmúrios de admiração saídos da boca do Povo ecoaram pela noite escura. Subitamente, a luz que os Seres-Trovão lançaram foi o suficiente para que todos vissem as massas do Povo Nuvem que já haviam se agrupado nos céus, em resposta ao chamado de Kokopelli. Uma vez mais o Povo gritou, espantado com a mágica realizada por esse Deus, Kokopelli.

Até mesmo os bebês, que já estavam dormindo, acordaram para apreciar o espetáculo mágico de Kokopelli. Certamente a chuva, há muito esperada viria para alimentar as Três Irmãs (Milho, Abóbora e Feijão), e o Povo conseguiria sobreviver.

Kokopelli recomendou que todos apanhassem seus potes de barro e recolhessem a água da chuva para usar futuramente. Os Trovejadores gritavam que a chuva ia começar.

TRIBO DO ARCO-IRIS




ANTIGA PROFECIA DA TRIBO DO ARCO-ÍRIS

"Quando o rio e o ar estiverem sujos; quando o ser humano houver se perdido completamente da linha da vida; quando os animais estiverem ameaçados e as ancestrais árvores cruelmente abatidas; quando a doença e a tristeza estiverem dizimando o povo vermelho virá uma nova nação, uma nova tribo. Serão em grande número, surgiram de onde não se espera. Virão em muitas montarias com sua magia diferente, terão artes que desafiarão a compreensão. Serão de muitas cores, por isto essa tribo será conhecida como Tribo do Arco Íris, eles virão quando o fim parecer certo, eles virão e curarão a Terra."

LENDA DOS SIOUX

Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram: - Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta que ficaremos sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer? E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse: - Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva! Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves. O velho tirou-as dos sacos e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido. - E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram. - Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres. Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar. Então o velho disse: - Jamais esqueçam do que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

Libere a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas. Essa é uma verdade no casamento e também nas relações familiares, de amizade e profissionais. Respeite o direito das pessoas de voar rumo ao sonho delas. A lição principal é saber que somente livres as pessoas são capazes de amar!!!


A LENDA DO BÚFALO BRANCO

A "lenda" do Búfalo Branco é muito sagrada para os Nativos Americanos. A Nação Lakota (Sioux) contou a história original, que agora já tem aproximadamente 2000 anos, em muitas reuniões de conselhos, cerimônias sagradas e através dos contadores de histórias das tribos. Existem algumas variações, mas todas são importantes e tem o mesmo final: tem comunicação com o Criador através da oração, com claras intenções de Paz, Harmonia e Equilíbrio para todos os seres viventes e para a Mãe Terra.

A lenda conta como o Povo havia perdido a capacidade de se comunicar com o Criador. O Criador enviou a Mulher Sagrada Bezerra de Búfalo Branco para ensinar ao Povo como rezar com o Cachimbo. Com aquele Cachimbo, sete cerimônias sagradas foram dadas ao Povo para assegurar um futuro com harmonia, paz e equilíbrio. A lenda conta que há muito tempo, dois homens jovens estavam caçando, quando apareceu uma linda donzela vestida com couro de gamo branco.

Um dos caçadores olhou para ela e, reconhecendo-a como wakan ou ser sagrado, baixou seus olhos. O segundo caçador aproximou-se dela com desejo em seus olhos, querendo-a como mulher. À medida que ele se aproximava, foi surgindo uma nuvem de poeira ao redor dele e quando a poeira assentou, tudo o que restou foi uma pilha de ossos.

Enquanto andava em direção ao caçador silencioso, ela lhe explicou que ela meramente havia satisfeito o desejo do outro homem, permitindo a ele, naquele breve momento, viver uma vida, morrer e se decompor. Ela também instruiu o jovem caçador a voltar para o Povo e lhes dizer para se prepararem para a sua chegada para ensinar-lhes a maneira de orar. O caçador obedeceu.

Quando ela chegou com o Cachimbo das Orações, ela ensinou ao Povo os sete caminhos sagrados para orar. Estas orações seriam através de cerimônias: a casa do Trabalho (Suor), para Purificação; a cerimônia de Nomeação ou dar nome às crianças; a cerimônia de Cura, para restaurar a saúde do corpo, mente e espírito; a cerimônia de Adoção ou reconhecendo os parentes; a cerimônia de casamento, unindo macho e fêmea; a Busca da Visão, comunicando-se com o Criador, para rumos e respostas para a própria vida e a Dança do Sol, para rezar pelo bem-estar de todo o Povo.

Quando o ensinamento dos caminhos sagrados estava completo, a Mulher Sagrada Bezerra de Búfalo Branco disse ao Povo que retornaria pelo Cachimbo Sagrado que ela deixou com eles. Antes de partir, ela lhes disse que nela estavam quatro eras e que ela olharia pelos Povos em cada era, retornando no final da quarta era, para restaurar a harmonia e a espiritualidade para a terra com problemas. Ela caminhou uma pequena distância, olhou para trás, para o povo e se sentou.

Quando ela se levantou eles se surpreenderam, pois ela havia se tornado um búfalo negro. Caminhando uma pequena distância, o búfalo se deitou e aí se levantou como um búfalo amarelo. Na terceira vez, o búfalo caminhou mais um pouco, desta vez se levantando como um búfalo vermelho. Andando mais um pouco, ele rolou no chão e se levantou pela última vez como um bezerro de búfalo branco, assinalando o cumprimento da Profecia do Bezerro de Búfalo Branco.

A mudança das quatro cores desse búfalo representa as quatro cores do homem, preto, amarelo, vermelho e branco. Representam também as quatro direções: norte, leste, sul, oeste. O Cachimbo Sagrado que foi deixado que foi deixado ao povo Lakota, ainda está com esse povo, num local sagrado Na Reserva Indígena de Rio Cheyenne, em Dakota do Sul. É atualmente guardado pelo cacique Arvol Looking Horse, conhecido como o Guardião do Cachimbo do Búfalo Branco.
A mulher também profetizou que um dia ela voltaria para purificar o mundo e que o nascimento de um bezerro de búfalo branco seria um sinal de que o retorno estaria próximo.

Um pouco mais de uma dezena de búfalos brancos nasceram no século XX e eles passaram pelas quatro cores descritas na profecia. O último nasceu (“Sunrise Spirit” – Espírito do Sol Nascente) no dia 22 de maio de 2004.

Esta “lenda” permanece sempre prometedora nesta era de iluminação espiritual e despertar da consciência. No mundo de hoje, de confusão e guerra, muitos de nós estamos procurando sinais de paz.

“Com o retorno do Búfalo Branco, há um sinal de que as orações estão sendo ouvidas, que o Cachimbo da Paz está sendo honrado e que as promessas da profecia estão sendo cumpridas. O Búfalo Branco assinala um tempo de abundância e plenitude” (Sams and Carson, Medicine cards).

O retorno do Búfalo Branco é mais um sinal do mundo do espírito, pronto e esperando para nos auxiliar a caminhar em nosso mundo, com sabedoria, conhecimento paz e amor. É um presente para todos os povos. Nós somos todos irmãos e irmãs em muitas formas, vivendo na mesma Mãe Terra. É tempo de respeitar e honrar cada indivíduo, da mesma maneira que nós gostaríamos de ser respeitados.

DANÇA DOS MASCARADOS


A DANÇA DOS MASCARADOS

Como os índios, que receberam com festas o descobrimento da América, representaram aves descreve-nos o autor do magnífico poema "Colombo", no canto 291:

"Eis matizados gruposDe ligeiros donzéis, vestidos de aves!Frontes ornadas de compridos bicos.Braços cobertos de brilhantes penas.No remigio imitando as várias avesDando saltos e pulos desmedidos."

O nosso índio, passou da máscara à mordaça e hoje encontra-se preso aos grilhões da miséria.

Uma tribo, os hopi do Arizona, celebravam um ritual com máscaras, onde elas representavam seus ancestrais e seus deuses. Deste modo, parentes falecidos vinham até eles, só que em forma de espíritos chamados de "Kachinas" e as máscaras também possuíam este nome.

Outros povos primitivos já usavam máscaras para assustar o inimigo. E, muitos outros, acreditavam que a máscara encarnava um espírito e era tratada como tal.Existiram também máscara fúnebres ou de morte, importantíssimas e muito usadas entre os egípcios.

Muitos povos, ainda hoje, usam-nas em cerimônias associadas à morte. Na Nova Irlanda, dançarinos se utilizam de máscaras para invocar pessoas mortas e acreditam que durante a cerimônia seus espíritos se fazem presentes.

Na África, a instituição das máscaras era utilizada nos rituais agrários, iniciáticos e funerários.

Tribos indígenas dos Andes têm o costume de cobrir seus mortos com uma máscara, para que eles estejam protegidos dos olhares de espíritos maléficos.

Há muitas histórias também, sobre a beleza oculta por máscara. O Fantasma da Ópera e a Bela e a Fera, são exemplos bem conhecidos. Em ambos os casos, o herói sofre de uma deformação externa. Por isso, o Fantasma se oculta nos túneis subterrâneos de Paris e a Fera encontra-se reclusa em seu castelo de proibições. A beleza da alma destes personagens somente será visível através de um verdadeiro amor.

A ÀGUIA GIGANTE


A ÁGUIA GIGANTE

- Em tempos muito antigos, uma águia gigante ameaçava a segurança dos índios. A terrível ave de rapina devorou a tia dos dois poderosos ancestrais dos Caiapós. Um pai criou dois de seus filhos debaixo da água, para que se tornassem homens fortes, capazes de matarem a tão temida ave vingando assim, a morte da parenta. Seus nomes eram: Kukrüt-kakó (osso de tapir) e ngo-k0n-ngri (cabaça pequena). O pai construiu para as crianças uma armação de madeira com a qual as mergulhou na água, de modo a ficarem de fora apenas os seus rostos. De cinco em cinco dias, a mãe ia ver seus filhos e lhes levava beiju de mandioca para alimentá-los. O rio em cujas águas eles se tornaram gigantes era o Koka-ti, o grande Araguaia.
Naquele tempo, os indígenas eram todos muito pequenos e fracos, somente estes dois meninos do rio cresceram gigantes. Entretanto, os índios da aldeia, nada sabiam sobre eles, já que somente os pais visitavam os filhos. Quando se tornaram homens, o pai deixou que saíssem das águas, e vivessem na aldeia em companhia dos pais. Mas todos se amedrontaram com aqueles gigantes, sobre quem o pai e a mãe jamais lhes haviam falado.

O pai construiu para os filhos uma casa gigante e lhes falou da ave rapina que tinha devorado sua tia paterna. Então, os filhos partiram em busca da ave a fim de vingar a morte da tia.

Lá muito longe, na borda do grande cerrado, havia uma enorme árvore, cujos ramos abrigavam o ninho da águia gigantesca. Suas garras eram tão grossas quanto um tronco de árvore, a cavidade de sua boca era parecida com a fauce do tapir, suas plumas lembravam folhas de bananeira e seus olhos eram de um tamanho aterrorizador. A ave já havia devorado muitos indígenas: facilmente os tomava em suas garras enormes e os levava pelos ares. Os índios viviam aterrorizados, e temendo-a, nem se arriscavam a ir para fora da aldeia.

Os homens gigantes, armados de machado e lança, cuja ponta era feita de um grande osso de jaguar, foram até a árvore em que estava o ninho da águia. Ao se aproximarem a águia os avistou e imediatamente precipitou-se sobre um deles que se defendeu com o machado. O outro, veio correndo e matou-a com a ponta óssea da lança. Na luta entre a águia e os dois indígenas, a ave perdeu sua penugem. Os dois ancestrais Caiapós sopraram no monte de penas, espalhando-as em todas as direções do vento. Com isso, a penugem transformou-se em pássaros pequenos e, desde então, existem pássaros de toda a espécie.

OS QUATRO VENTOS


OS QUATRO VENTOS

Os Quatro Ventos está ligado a cada uma das Direções, cada um deles tem um Espírito Guardião, um Totem Animal, estão associados a um Elemento, a uma estação e guarda uma série de lições de poder que ensina a caminharmos com beleza sobre a Mãe Terra.

Os Espíritos Guardiões são os Seres responsáveis para nos ensinar o poder da sua respectiva direção.
ÁGUIA - O Guardião do Vento Leste é Wabun, aquele que nos traz o vento morno do Leste, a promessa da primavera, a abertura para a busca da iluminação ao nascer do sol. É a direção da visão, da criatividade e da expansão da consciência. Está ligado ao nascimento e a energia masculina. Após o inverno é tempo de despertar, onde as sementes brotam com toda sua pureza e energia que recebeu do Pai-Sol.

A Águia, aquela que voa mais alto e mais longe enxerga, é o totem animal de Wabun. O fogo é o seu elemento, e ao construirmos um altar xamânico do Círculo da Vida ela, essa direção é representada por uma vela.

Sua cor é o amarelo. A direção leste é o caminho do visionário, da onde vem o poder da luz, um portal para o espírito. Procure se sentar ao Leste e conecte-se com o Sol ou o fogo, pedindo clareza, criatividade, força, maior espiritualização e definir um novo projeto ou ciclo de vida.
COIOTE - O Guardião do Vento Sul é Shawnodese, aquele que nos traz do Sul o vento quente do verão, que promove o crescimento e a fruticação. É a direção do caminho da cura da criança interior e do amor. É um local de inocência, humildade, fé e confiança.

Seu animal totem é o Coiote que nos prega peças para nos ensinar, quando esquecemos a nossa criança interior e de nossa inocência. Está ligado ao sol do meio-dia.

Seu elemento é a Água, e em nosso altar a representamos com um copo de água. Sua cor é o vermelho. A direção sul é o caminho do curador, um portal para as emoções. Procuremos sentar ao Sul perto de um riacho ou ao lado de uma fonte d'água, percebendo suas emoções, identificando suas feridas e procurando conectar-se com sua criança interior, deixe fluir seus sentimentos, avaliando suas ações e procurando uma maneira de evitar ser pego numa armadilha. Lembre-se de ter confiança e fé em si e no mundo.
URSO - O Guardião do Vento Oeste é Mudjekeewis, aquele que nos traz do Oeste o vento fresco do outono, que favorece a instrospecção e a contemplação da colheita. É a direção que indica o caminho da cura física, o poder da transformação e introspecção.

Seu animal totem é o Urso que nos convida a entrarmos na escuridão da caverna, onde enfrentaremos nossos medos.

Seu elemento é a Terra, e representamos essa direção em nosso altar com uma pedra, cristal ou um pote com terra. Sua cor é o preto. A direção oeste é o caminho do guerreiro, o portal para o corpo. Essa direção esta representada pelo por do Sol. Sente-se ao oeste vendo o sol se por e sinta a escuridão o cercando e transformando-se numa grande caverna escura, procure meditar profundamente envolto em total silêncio. Lute contra si mesmo, enfrente os desafios que se apresentam, sinta-se morrer e renascer, dentro da Mãe Terra que nos curou e nos regenerou através de sua força feminina.
BÚFALO BRANCO - O Guardião do Vento Norte é Waboose, que nos traz o vento frio do inverno, que purifica a terra e obriga os homens ao isolamento da renovação. É a direção que nos indica o caminho que devemos seguir, aonde o guerreiro irá aprender com os conhecimentos dos mestres ancestrais.

Seu totem animal é o Búfalo Branco que nos ensina a agradecer humildemente as dádivas recebidas. Seu elemento é o Ar, que representamos como um incenso em nosso altar. Sua cor é o branco que simboliza a pureza da neve. A direção norte é o caminho do Mestre, o portal para a mente, onde aprendemos a sabedoria dos ancestrais. Procure sentar-se voltado para o norte numa alta montanha no meio da noite, buscando conectar-se com os ancestrais que com sua sabedoria irão abrir nossas mentes, libertando-nos de antigos padrões que ainda tenhamos, fazendo-nos pensar, sentir e agir no novo horizonte que se abre a nossa frente.

GUERREIRO DO VENTO

Estava na espreita sobrevoando aquelas montanhas com a minha atenção voltada para o diferente, o jamais visto, sentido ou percebido. Tudo ali era novo. Sentia necessidade dessa experiência quando retornei ao meu habitat. Meu intento era o de me deixar surpreender, já que todas as minhas histórias já haviam sido vividas e eu queria as a viver.

Podia sentir o calor suave do Sol daquela manhã de outono enquanto voava, planava, mergulhava e brincava como se estivesse testando minhas asas e recuperando a sensação de liberdade nunca vivida e sempre sonhada. Sentia o gosto do Vento penetrando pela minha narina, escorregando pelo meu bico e língua, inundando meu interior, oxigenando sangue e vísceras e me fazendo desejar mais emoções. Ao mesmo tempo, sentia-o acariciando minhas penas e facilitando todo esse reencontro com a minha tão sonhada liberdade.

Meus olhos registravam as imagens das tocas escondidas pela vegetação e pedras, dos animais que poderiam servir de alimento, das árvores e galhos mais altos e protegidos onde pudesse pousar tranqüilamente naquela noite.Soltava meu canto anunciando minha chegada e abria meus ouvidos para receber a voz do silêncio, do meu eco e do som dos Ventos externos se comunicando com o meu Vento interno, companheiros e cúmplices dessa jornada. Estava colocando em prática tudo aquilo que eu sabia mas ainda não tinha vivido: meu instinto e o conhecimento da minha espécie, dos meus ancestrais e minha história.
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O Vento do Sul, morno e tranqüilo, me acompanhava com suas rajadas suaves, facilitando meu reaprender, meu readaptar àquela condição.Com ele vinha um aroma de chuva para o final da tarde e eu me dirigia para o Leste, para Casa. Resolvi descansar um pouco naquelas montanhas do Norte para recuperar minha força e energia antes de seguir adiante, já que aquela era a minha primeira grande viagem através das 4 Direções.

Ao sair do Oeste tinha conseguido realizar uma parte da minha história da qual fui apenas um expectador, tinha tido poucas oportunidades de mudar fatos até então. Ali no Norte eu consolidaria minha segurança, estabilidade e força para voltar ao Leste, à minha origem, e tudo aquilo estava sendo uma experiência excitante e eu estava consciente e presente em mim mesmo.

Sendo eu um Gavião criado em cativeiro desde meus primeiros meses e com meu instinto adormecido, estava resgatando o poder de voar alturas inimaginadas. Desde filhote fui criado e alimentado por um Homem que me arrancou das minhas primeiras experiências selvagens, me aprisionando, afastando das montanhas e matas e me obrigando a viver a sua história de faz de conta que ele era meu dono. Curioso é que esse Homem também não sabia o que era ser livre e também estava preso a algo que não era o seu destino.

Por longos meses nos observamos e isso nos aproximou de uma forma diferente. Ele tinha se tornado um especialista em falcoaria - a arte milenar de treinar falcões/gaviões e estava me adestrando com a finalidade de afastar Urubus das áreas próximas ao aeroporto da sua cidade. A simples presença de Gavião/Falcão em uma região, basta para afugentar as aves indesejadas. Somos predadores naturais e ameaçamos as demais aves e roedores que podem representar perigos à saúde humana ou ameaças ao meio ambiente.

Ele conversava comigo e me dizia que eu deveria me orgulhar porque meu papel era de ser um aliado no controle de pragas urbanas e rurais. A quem ele queria enganar?

Pena que nunca entendeu meus piados que lhe afirmavam que eu não precisava estar preso, ser adestrado para cumprir meu instinto, para ser aquilo que sou e sempre fui. Gabava-se de estar me protegendo das armas de fogo, já que com o aparecimento delas, passamos a ser perseguidos, competíamos com os caçadores pelas presas.

Homem pensava que estava me treinando até que percebeu que a presa era ele, eu estava lhe ensinando muito mais sobre cumprir sua própria história e destino. Ele aprendeu com seu pai a arte e jamais teve coragem suficiente para abandonar aquele caminho que não lhe pertencia. Agia mecanicamente e era infeliz, mas a semente já tinha germinado e nós dois estávamos cuidando dela em sintonia. Naquele momento estávamos presos ao nada.

Enquanto voava, me recordava dos momentos que passamos juntos e da cumplicidade que existia nos olhares e gestos daquele Homem tentando compensar sua dor de me ver preso e atado àquela condição. Sabia que tinha tocado seu coração e podia ler seus pensamentos de como seria ser retirado da sua história e lenda pessoal para viver a de outros. A Historia de nós dois.
Aquele Guerreiro estava se adestrando, tentando se manter longe de sua natureza selvática. Nossa relação era diferente da que ele mantinha com os outros Gaviões. Eu tinha acesso a sua essência, falava com seu instinto e, apesar de me ter prisioneiro, pressentia que eu o libertaria da prisão que ele mesmo se colocou. Algo nos meus olhos, ele dizia.
À medida que me afastava daquela cidade e entrava floresta adentro, minha capacidade de reviver meu instinto era infinita. Quanto mais minhas asas batiam, mais me entregava ao Vento, brincava com as Nuvens e mais próximo de mim chegava.

Na madrugada do dia anterior, meu companheiro de jornada Seres do Trovão resolveu adiantar os ponteiros do destino e enviou seus Raios junto com os Ventos das 4 Direções ao meu encontro. Assim que um dos raios dos Seres Luminosos atingiu o local onde eu estava preso, o irmão Fogo se alastrou e o caos se instalou naquele pedaço de terra. Homem saiu em disparada, assustado com a cena e com medo do que poderia ter acontecido comigo. À medida que ele corria para me salvar, foi percebendo o pavor dominando seu corpo e mente e entendeu que suas reações e instinto estavam corrompidos pela falta de sintonia com seu lado selvagem e primitivo. Sentiu que todas as suas reações eram mecânicas, cópias autenticas de algo que não lhe pertencia e chegou à conclusão de que não sabia reagir aquilo que estava a sua frente.
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A ponte foi estabelecida e ele se conscientizou que durante toda a sua história seus medos o comandaram.Como num filme, sua vida passou pela sua frente, fazendo-o perceber que sempre tinha sido dominado por aquele sentimento. O medo era seu grande predador, algo que o impedia de libertar-se pois esse sentimento o corroia e limitava seus movimentos em direção aquilo que poderia ser a sua verdadeira liberdade. Tentava uma reação, mas não conseguia ser diferente, agir de outra forma porque jamais buscou sua origem e raízes.
Percebeu que tudo o que sempre temia, acabava acontecendo por absoluta falta de ação e sintonia com a sua imaginação e seu ser criativo. Era um robô programado pelos desejos de outros e não sabia lidar com as forças da natureza.

À medida que tudo acontecia, eu, à distância e a salvo, o observava. Podia vê-lo rodando em círculos, pensando nos medos, podia senti-lo perdido e abandonado àquele sentimento. Nada podia fazer a não ser concentrar minhas forças para que ele conseguisse ultrapassar seus limites e o medo que sentia dele mesmo, e encontrasse a sua força instintiva para salvá-lo daquele tormento.

Foi quando o Irmão Vento resolveu dar uma nova chance e lançou sobre ele uma rajada tão forte que o fez cair de quatro no chão. Podia vê-lo tentando se agarrar a algo, a alguma coisa para não ser arrastado pela correnteza do Vento forte. E ao se ver naquela condição, Guerreiro olhou para cima, para o Céu e clamou pela visão daquilo que poderia lhe salvar. Nossos olhos se encontraram e foi o suficiente para que ele se sentisse diferente, foi o suficiente para ele resgatar uma única lembrança em forma de sonho da sua infância e percebesse que poderia recomeçar um novo capítulo. Sua expressão facial mudou e ele conseguiu se levantar, ficar de pé no meio de tanta fumaça e desordem.

Nossos olhos se tocaram novamente e ali compartilhamos o mesmo sentimento e certeza.Lembrando de tudo o que tinha aprendido sobre liberdade e instinto ao me observar com os olhos do coração. A possibilidade de eu não estar mais vivo o fez perceber que nada era mais importante do que cumprir seu intento, viver sua liberdade de forma plena e intensa. A morte está a um braço de distância.
Ao me despedir pude perceber uma lágrima escorrendo em seus olhos e cada um seguiu seu caminho. E eu aumentava minha velocidade de vôo, pelo simples prazer de me ver daquela forma e saber, que lá em baixo, em algum lugar daquela estrada rumo ao Norte, Guerreiro tinha encontrado seu Vento e colocado sua história à limpo.
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Voei o mais alto que pude e decidi ir para casa, sabia que agora o Guerreiro do Vento tinha encontrado o que tanto via em mim. A liberdade de poder decidir o que fazer com a própria vida e ter a consciência de que nada somos e com isso encarar, sem nos destruir, a solidão desafiadora da vastidão da Eternidade.